segunda-feira, 25 de outubro de 2010

“Desde os primórdios até hoje em dia, o homem ainda faz o que o macaco fazia”

Desde o início da civilização humana, as pessoas convivem com os mais diversos dogmas culturais, religiosos e comportamentais. Esses dogmas são criados e impostos (muitas vezes a força) pelas elites políticas e religiosas de todas as regiões ao redor do mundo.
Elites essas, que tentam a todo custo impor essas normas em seus subordinados com o objetivo de mantê-los sob seu controle e assim terem para si os maiores privilégios disponíveis, enquanto o povo fica com uma parcela mínima (isso quando chega a ter) desses privilégios; portanto os dogmas são usados como uma rédea invisível, dando às pessoas a falsa sensação de liberdade e as fazendo acreditar que estão “fazendo o bem”, sacrificando suas vontades e necessidades em troca de privilégios que na verdade não existem, como por exemplo, uma vida pós-morte, sem castigos e sem sofrimento, ou de estarem dando tudo pela glória e poder da “pátria”.
Como o comportamento humano é tão dinâmico e caótico, no meio do “rebanho” humano sempre surgem as “ovelhas negras”, aqueles indivíduos que fogem do controle, os chamados por muitos de hereges, dissidentes, desertores, etc . Mas quem são essas “ovelhas negras”?
É justamente uma pequena minoria que questiona esses dogmas impostos pelas elites que dominam sua sociedade, os que não aceitam o fato de fazer parte do rebanho, os que nadam contra a correnteza, são os que têm o privilégio de serem sinceros com suas necessidades e desejos, as que são “elas mesmas”.

Nisso podemos concluir que existem três tipos diferentes de pessoas:        
- As que mandam: São as elites, sejam elas políticas, econômicas, religiosas ou militares, são as que têm todos os privilégios; dominam e manipulam o povo.
- As que são mandadas: É o povo em geral, são manipulados e subordinados às vontades das elites. A grande maioria não tem consciência de sua condição.
- As que são livres: Não mandam e nem são mandadas; é uma pequena parcela do povo, não se deixam dominar pelas elites, são perseguidas pelas mesmas e são discriminadas pelo povo.

O medo era (e ainda é) a melhor maneira de manter as pessoas sob controle, esse medo tanto pode ser da morte, de algum castigo humano ou mesmo sobrenatural; atualmente, usa-se o isolamento e/ou a discriminação para manter os questionadores calados.
Na antiguidade, quando surgiram os grandes impérios, reis, generais e sacerdotes tinham o povo a sua mercê, qualquer um que questionasse ou descumprisse as leis, era severamente castigado ou até mesmo morto, para “servir de exemplo” aos demais; geralmente usavam o nome de alguma divindade para justificar seus atos violentos, já que o rei ou o sacerdote era  ”o representante” de tal divindade na Terra, como eles gostavam de frisar. Isso tem durado até nossos dias em muitos lugares, principalmente onde nações são governadas por ditadores. Em países que se dizem “democráticos e civilizados”, faz-se o uso dos meios de comunicação em massa e das religiões para fazer com que os questionadores sejam ignorados, rejeitados e discriminados e assim continuar no controle.
Por todo lado podemos ver como a sociedade e os meios de comunicação cobram o indivíduo, desde criança, para que esse consuma determinados produtos, vistam tal tipo de roupa, tenham determinada aparência, se comportem de tal modo, ouçam as músicas do momento,  pois assim ele será alguém importante; por outro lado, as religiões induzem aos fiéis a discriminarem todos aqueles que não seguem seus dogmas, as fazem acreditar que são privilegiadas pela divindade a qual acreditam, em troca de perdão por seus “pecados” e vida eterna;  ou seja, o ser humano acaba tendo a ilusão de um falso status, pois na verdade não percebe que está sendo manipulado, chegando até mesmo a agredir de alguma forma quem tenta “abrir seus olhos”, pois estão irremediavelmente tão apegadas ao seu modo de vida, que é capaz de não saber viver de outra maneira, a não ser do modo que sempre viveu.
O que resta aos questionadores? A solidão, o isolamento forçado ou a “camuflagem” social, em outros casos, grupos de contracultura se organizam e passam a viver suas vidas de forma livre e verdadeira, sem as interferências da sociedade e das elites.
Na idade média, adeptos de religiões panteístas (pejorativamente chamados de bruxos ou feiticeiros, pelos cristãos) faziam seus rituais secretos, longe dos olhos da igreja católica, para não serem exterminados, no século XIX os ultrarromânticos e os boêmios se reuniam para discutir arte, política e outros assuntos considerados tabus na época; até que no século XX dá-se uma verdadeira explosão de grupos de contracultura, como beatnicks , hippies, metaleiros, punks, góticos, rivetheads,  indies, etc. Grupos esses, constantemente atacados pelas elites e religiões, pois sabem que não tem mais controle sobre tais grupos e com isso induzem a sociedade (seu rebanho) a excluí-los e os fazem acreditar que ser da contracultura é algo nocivo, pois “não passam de um bando de drogados e vagabundos” ou como os religiosos gostam de chama-los, “satanistas”.

Pois bem, como podemos concluir, sempre existiu um pequeno grupo de pessoas que de alguma forma consegue convencer as outras que é poderosa e mais importante que os demais; tem a grande maioria que aceita a submissão e acham que são privilegiados por isso; e que também constantemente, surgem indivíduos que questionavam esse poder e às vezes lutam contra ele. Isso poderia explicar o motivo do mundo ao nosso redor, estar no estado que se encontra atualmente e cada vez piorando...

E tu, caro(a) leitor(a), de que lado está?



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